Cafés Fairtrade do Brasil são destaques na World of Coffee, na Itália
Troca de experiências, abertura de mercado, busca por novas tecnologias e divulgação dos cafés Fairtrade produzidos no Brasil. Esses foram alguns dos objetivos da participação no World of Coffee, realizada em Milão, na Itália, pela comitiva formada por representantes da Coordenadora Latino-Americana e do Caribe de Pequenos Produtores e Trabalhadores do Comércio Justo (CLAC), da Associação das Organizações de Produtores Fairtrade do Brasil (BRFAIR), e de Organizações de Pequenos Produtores certificadas Fairtrade.
O secretário executivo da BRFAIR, Bruno Aguiar, explicou que a participação das organizações certificadas Fairtrade no evento na Itália, serviu para mostrar a qualidade do café brasileiro produzido por famílias de pequenos produtores, cafés este, que possui aromas e nuances característicos de diversas regiões do Brasil.
“Por ser um café do Comércio Justo, ainda temos esse diferencial, que agrega a questão da sustentabilidade. Causar impacto positivo na parte econômica, social e em melhorias ambientais, é fundamental para cumprimos com a Agenda da ONU 2030 e, assim, mostramos ao consumidor que somos produtores sustentáveis. Precisamos atingir esse mercado, e a participação em feiras internacionais é importante para posicionar as organizações como produtoras de cafés certificados Fairtrade no Brasil”, enfatizou.
O gerente de Negócios Internacionais da Cooperativa Mista Agropecuária de Paraguaçu (COOMAP), Rafael Furtado, participou da missão brasileira em Milão, e ele destacou a importância da Feira para as organizações Fairtrade do Brasil. Rafael disse que foi uma oportunidade de estar em contato com quem compra o café, mantendo contato com os atuais clientes e abrindo novas oportunidades, além de ser um local para a atualização com relação a novas tecnologias, equipamentos e sistemas.
“Eventos como a Word of Coffee são importantes para a BRFAIR e para as organizações, porque nessas ocasiões conseguimos ter o contato direto com o mercado comprador e identificar qual a demanda atual e quais as tendências em relação ao café, bem como os rumos que o setor deve caminhar. Também é o local onde todos os atores importantes da cafeicultura estavam reunidos”, enfatizou.
ORGÂNICOS – Outro ponto destacado por Rafael Furtado, da COOMAP, foi com relação a demandas do mercado, como a exigência cada vez maior dos compradores europeus por cafés produzidos sem o uso de defensivos agrícolas, como o glifosato. Ele também comentou sobre a oportunidade promissora de cafés orgânicos.
“Com certeza as organizações trouxeram demandas que o mercado tem, como a tendência do mercado por cafés orgânicos. As entidades que fazem parte da BRFAIR participaram de uma reunião com um importante cliente que tem essa demanda pelo orgânico. Essa é uma boa possibilidade de ampliar a produção desses cafés entre os cafeicultores”, destacou.
O presidente da Cooperativa Agropecuária dos Produtores Orgânicos de Nova Resende e Região (COOPERVITAE), Alessandro Marcos de Miranda, também disse que um dos pontos fortes da participação na feira é a aproximação das relações com os clientes e a abertura de novos mercados. “Também pudemos sentir como está o mercado, e conhecemos muitas coisas novas do setor. Nos atualizamos sobre as tendências de mercado e participamos da apresentação através de cupping (prova de xícara) dos cafés de cooperados a compradores internacionais”, reforçou.
A analista comercial senior da Cooperativa dos Pequenos Cafeicultores de Poço Fundo e Região (COOCAMINAS), Karen Pereira Nery, também participou da feira. Segundo ela, o mais importante foi o contato pessoal com representantes de empresas, o que não seria possível por e-mail ou por telefone.
“É importante os compradores saberem que as organizações existem, que temos cafés de qualidade e que todos estão a fim de comercializar. É muito importante esse contato pessoal, pois passamos segurança e credibilidade e podemos contar a história da cooperativa e da agricultura familiar”, destacou.
Além da COOPERVITAE, da COOCAMINAS e da COOMAP, participaram representantes das seguintes organizações: Associação de Pequenos Produtores do Cerrado (APPCER), Cooperativa dos Produtores do Alto da Serra (APAS COFFEE), Cooperativa dos Cafeicultores do Sul do Estado do Espírito Santo (CAFESUL), Cooperativa de Pequenos Agricultores de Santana da Vargem (COOPASV), Cooperativa dos Produtores de Café Especial dos Martins (COOPERCAFEM), Cooperativa dos Agricultores Familiares de Poço Fundo e Região (COOPFAM) e Cooperativa dos Produtores de Café Especial de Boa Esperança (DOS COSTAS).