Golden Cup Brasil seleciona os melhores cafés Fairtrade do Brasil
Cafeicultores de Minas Gerais e do Espírito Santo estão na final da 8ª edição do prêmio Golden Cup Brasil, que identifica os melhores cafés das variedades arábica e canéfora (conilon e robusta) certificados Fairtrade. Os produtores e as organizações finalistas já foram definidos, e o anúncio dos vencedores será feito durante a Semana Internacional do Café (SIC), em Belo Horizonte (MG), no dia 16 de novembro.
O torneio, que busca reconhecer os melhores cafés Fairtrade do Brasil, é realizado pela Coordenadora Latino-Americana e do Caribe de Pequenos Produtores e Trabalhadores de Comercio Justo (CLAC), em parceria com a Associação das Organizações de Produtores Fairtrade do Brasil (BRFAIR), com o apoio da International Trade Centre (ITC) e Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA).
O principal objetivo do torneio é contribuir para a promoção dos cafés de Comércio Justo Fairtrade nos níveis nacional e internacional, incentivando a abertura de mercados para esses cafés certificados brasileiros. O Comércio Justo favorece a agregação de valor e a distribuição de renda, por meio da produção e comercialização de cafés de qualidade, oriundos de processos sustentáveis de produção. O Golden Cup é uma das principais ferramentas para esse fim, que fomenta agregação de valor, melhoria de qualidade e sustentabilidade à cafeicultura Fairtrade.
Na primeira etapa do concurso, realizada no mês de agosto, as amostras foram provadas por experientes degustadores – com certificação Q-Grader e R-Grader -, membros de diferentes Organizações de Pequenos Produtores Fairtrade (OPPs) e por renomados profissionais, atuantes no mercado de cafés especiais. De acordo com o secretário executivo da BRFAIR, Bruno Aguiar, foram provadas 40 amostras, provenientes de uma pré-seleção realizada pelas organizações.
O time de provadores foi composto por Ana Carolina Fernandes da Silva (Coopfam), Thales da Silva de Souza (Cafesul), Everton Henrique Canaverde (Coopervitae), Ruhan luz Corrêa (Ascarive), Valdinei Neves Bernardes (Dos Costas), Cláudio Baquião Filho (Coopernovarum), Gilmar Fera (Coopasv) João Vitor Pereira da Silva (João Coffee), Marco Aurélio Teixeira Zanateli (BSCA), Bruno Aguiar (BRFAIR), Cecília Sanada (CLAC) e Paulo Afonso Ferreira Júnior (CLAC).
Cafés de 11 cooperativas e associações estão na final
Na segunda etapa da competição que ocorreu no mês de outubro, 27 amostras, sendo 22 do tipo arábica e cinco do tipo canéfora, foram classificadas para a grande final. Ao todo, participaram 11 OPPs, que representam mais de dois mil pequenos produtores de café Fairtrade no Brasil.
“Nesta segunda fase, os cafés foram apresentados a potenciais compradores com a finalidade de levá-los dos produtores para novos mercados. A estratégia visa criar conexões entre produtores, OPPs Fairtrade, exportadoras e torrefações atuantes nos mercados nacional e internacional”, explicou o secretário executivo da BRFAIR, Bruno Aguiar.
Cecília Sanada, juíza do concurso e Q-Grader pelo Coffee Quality Institute EUA, informou que o Golden Cup surgiu para apresentar os cafés Fairtrade especiais do Brasil para o mercado externo. Ela enfatizou que ao longo dos anos, há uma consistência na qualidade dos cafés apresentados, e as amostras estão seguindo tendências de perfis de sabores, conforme o mercado pede.
“Esse ano vamos apresentar as melhores amostras na Semana Internacional do Café e queremos mostrar ao público do Brasil, como, para os donos de cafeterias e torrefadores, reconhecendo que esses cafés certificados Fairtrade são de extrema qualidade”, destacou Cecília Sanada.
Representantes de empresas compradoras de café elogiam qualidade das amostras
Na classificação dos cafés para a grande final, participaram representantes de importantes empresas compradoras de café que atuam no Brasil. Para o degustador e supervisor de cafés especiais da Três Corações, Everton Tales da Silva, o concurso Golden Cup contribui para dar visibilidade e apresentar os grandes lotes dos produtores Fairtrade no Brasil. “Foi observado que tivemos uma melhoria tratando-se de qualidade, com cafés de perfis diferentes, devido ao seu terroir, variedade e processos de pós-colheita, mesmo entendendo o desafio que os produtores estão atravessando devido ao clima com a quebra de safra”, destacou.
Ele acrescentou que a cada ano os produtores precisam se motivar a fazer cada vez mais qualidade, para conseguir ter um valor diferenciado durante a comercialização de seus lotes. “O concurso é uma grande ferramenta, e a sua principal ideia é de que os produtores apresentem seus melhores lotes. O Golden Cup veio para valorizar os produtores”, elogiou.
O degustador Q-Arábica Grader da empresa Bourbon, Donieverson Afrânio dos Santos, disse que o Golden Cup valoriza os cafés Fairtrade brasileiros de qualidade. “Ficamos felizes ao ver que os cafeicultores estão engajados em trabalhar cada vez mais com cafés de qualidade. Já tem uma condição diferenciada por ser café Fairtrade, e aumentando a qualidade, vai agregar ainda mais para que eles estejam cada vez mais inseridos no mercado internacional de cafés especiais”, garantiu.
Como representante da empresa exportadora, Donieverson informou que sempre compartilha experiências de outros países com os produtores brasileiros. “Há mercados para esses cafés e queremos fazer esse elo com os compradores. Ficamos felizes em ver tantos cafés de qualidade este ano, tanto do arábica quanto do canéfora”, destacou.
A compradora de cafés especiais da Ofi Coffee, Camila de Assis, disse que ficou surpresa pelas qualidades apresentadas na segunda etapa de classificação. “Isso mostra que os concursos incentivam os produtores ano a ano a melhorarem seus processos de colheita e pós-colheita, nos proporcionando cafés com qualidades superiores. Além disso, fiquei muito feliz em compartilhar com os colegas informações sobre os cafés conilon, os quais me surpreenderam com suas características sensoriais. Parabéns a todos os organizadores e esperamos colaborar também com os fornecedores na aquisição dos lotes”, enfatizou.
O time de provadores foi composto por Hugo Silva Ferreira (Cocarive), Amanda Oliveira (Ally Coffee), Everton Tales (Três Corações), Hugo Tobias (Nkg Stockler), Rafael Souza (Nkg Stockler), Camila de Assis (Ofi Coffee), Tássio de Souza (Incaper), Thales da Silva de Souza (Cafesul), Alan Bottrel (San Coffee), Donieverson Santos (Bourbon), Dimitry Silva Branquinho (Bourbon), João Vitor Pereira da Silva (João Coffee), Bruno Aguiar (Brfair) e Cecília Sanada (Clac).
Os cafés da variedade arábica puderam ser inscritos nas seguintes categorias: Café Arábica Microlotes e Café Arábica Container Cheio, com grãos de secagem natural, cereja descascado ou demais formas de preparos (honey, desmucilado, despolpado, fermentado e demais processos).
Nas categorias Canephora (conilon ou robusta) Microlotes e Container Cheio, poderiam participar grãos passados por um processo de lavagem/separação ou não, e levado para o terreiro para secar ao sol ou no secador, com ou sem remoção da casca.
PREMIAÇÃO – Durante a Semana Internacional do Café (SIC) 2022, serão premiadas as três melhores amostras de cada categoria. Uma cerimônia especial preparada para a divulgação dos melhores Cafés Fairtrade do Brasil será um dos grandes destaques da SIC 2022, a divulgação dos ganhadores e a premiação do Golden Cup 2022 acontecerá no dia 16 de novembro, primeiro dia da Feira, em Belo Horizonte (MG).
Os mais bem colocados nas quatro categorias serão ainda apresentados nas principais férias de cafés especiais do mundo, com destaque na Expo Café Show Seoul, realizada em Seoul, na Coreia do Sul, de 23 a 26 de novembro.