Representantes das 16 Coordenadoras Nacionais de Comércio Justo da América Latina e Caribe se reuniram no Panamá nos dias 23 e 24 de fevereiro para trocar experiências e discutir o desenvolvimento dessas estruturas e seu papel na promoção do Comércio Justo em cada país.

As Coordenadoras Nacionais são entidades muito importantes dentro da CLAC, pois desempenham um papel fundamental em todos os processos de diálogo, análise, discussão e consulta; além disso, apoiam e monitoram os serviços que CLAC oferece a seus membros. As Coordenadoras Nacionais são plataformas de Comércio Justo por país criadas pelas mesmas organizações de pequenos(as) produtores(as), independentemente do setor produtivo a que pertençam.

“Há uma tarefa a fazer e só podemos fazê-la se fortalecermos estas organizações que construímos, estas coordenadores nacionais, estas redes de produto, que são os elos com todos os produtores(as) para que continuemos a falar a uma só voz. Esta voz única é a nossa força, é a nossa oportunidade”, afirmou Marike de Peña, presidenta do Conselho Diretivo da CLAC durante a primeira sessão do encontro que reuniu pessoas de 17 países.

No encontro foi apresentado uma visão geral do sistema Fairtrade, o Plano Estratégico CLAC 2022-2024 e as conclusões do diagnóstico para o fortalecimento das estruturas da CLAC, que foram validadas junto com os participantes. Além disso, foram discutidas as recomendações estabelecidas no diagnóstico e compiladas outras recomendações para melhorar o funcionamento das coordenadoras nacionais e sua relação com a CLAC.

“Esta reunião é muito proveitosa para nós das coordenadoras para poder dar a conhecer tudo o que pensamos, tudo o que está sendo planejado através da CLAC e também levar informações e continuar o trabalho com as organizações de pequenos(as) produtores(as) em cada um de nossos países”, disse Guillermo Aguilar, vice-presidente da Coordenadora Nacional de Comércio Justo do Peru e membro do conselho diretivo da CLAC.

Durante a jornada, também foram trocadas experiências sobre boas práticas, como a capacitação de jovens para sua inclusão nas estruturas das coordenadoras nacionais, como foi feito pela Coordenadora Nacional de Comércio Justo da Bolívia.

“Compartilhamos a experiência que tivemos na Bolívia com os jovens para outras coordenadoras, para que elas também levem em consideração as ideias que nós, jovens, podemos estar nas coordenadoras, treinar mais jovens em questões de mudança climática, meio ambiente para que no futuro os jovens também ocupem cargos nas demais coordenadoras”, destacou Hugo Chinchero, o primeiro jovem a assumir a presidência da Coordenadora Nacional de Comércio Justo da Bolívia.

No encontro também foi compartilhado a agenda da comissão de incidência que inclui uma série de diálogos estratégicos sobre temas relevantes para as coordenadoras nacionais e redes de produtos da CLAC, e discutiu o projeto de mercado sul-sul, que busca abrir mercados locais na região.

“Este encontro é muito importante porque estamos alinhando nossas estratégias com as Coordenadoras Nacionais e com a CLAC.Este encontro traz um compromisso de todas as coordenadoras com a causa do comércio justo, trabalhando cada vez mais os mercados locais e trabalhando cada vez mais a incidência, fazendo alianças e mostrando a todos qual é o diferencial do comércio justo, o porquê de trabalhar com um movimento que tem em seu pensamento o desenvolvimento social, econômico e ambiental”, destacou Bruno Aguiar, secretário executivo da Associação das Organizações de Produtores Fairtrade do Brasil (BRFAIR).

Fonte: Coordenadora Latino-americana e do Caribe de Pequenos(as) Produtores(as) e Trabalhadores(as) do Comércio Justo (CLAC). Disponível em: https://clac-comerciojusto.org/pt-br/primeiro-encontro-de-coordenadoras-nacionais-de-comercio-justo-da-america-latina-e-caribe/. Acesso em 14/03/2023.