Comunicado da BRFAIR às Organizações de Produtores de Cafés Fairtrade do Brasil, traders, torrefadores, consumidores e demais atores da sociedade civil

Como Coordenadora Nacional de Comércio Justo do Brasil, a Associação das Organizações de Produtores Fairtrade do Brasil – BRFAIR, comunica publicamente, e em total sintonia com o posicionamento das três Redes de Produtores(as) Fairtrade, CLAC, Fairtrade África e NAPP, que repudia a decisão da Fair Trade USA de congelar os preços mínimos desatualizados, condenando os(as) produtores(as) a vender seus grãos de café abaixo dos custos de produção.

Após um sólido e inclusivo processo de consulta de custos com produtores(as), especialistas dos principais países produtores de café do mundo, parceiros comerciais e torrefadores (incluindo operadores da América do Norte); o Preço Mínimo do Comércio Justo Fairtrade foi atualizado como um passo fundamental para lidar com os riscos humanos e ambientais diretamente relacionados aos baixos preços do café.

O novo Preço Mínimo de Comércio Justo para o café, entrará em vigor a partir de agosto de 2023, fornecendo uma rede de segurança contra as flutuações do mercado, e é uma resposta a tempos econômicos difíceis, preços crescentes, custos de produção e custos de adaptação às mudanças climáticas.

A redes de produtores tiveram papel fundamental na decisão democrática e consensual sobre o novo preço mínimo. Vale ressaltar que as redes CLAC, Fairtrade África e NAAP, apoiam os(as) produtores(as) de café e suas organizações no cumprimento dos estândares Fairtrade e regulamentos internacionais, introduzindo e fortalecendo práticas de produção sustentável, combatendo às mudanças climáticas, promovendo a conscientização sobre direitos humanos, abordando os riscos mais importantes e promovendo inclusão de jovens e gênero.

A redes de produtores e o movimento Fairtrade como um todo, apoiam fortemente os produtores em seu apelo claro para que os cafeicultores sejam pagos de forma justa como parte de práticas comerciais responsáveis. E Por isso convoca as partes interessadas a colocar a sustentabilidade em primeiro plano e equilibrar as realidades dos produtores com os resultados dos negócios.

Agricultores e empresas com visão de futuro veem que o comércio só é justo, quando colabora para condições dignas de trabalho e vida dos agricultores; isso inclui obter uma renda que cubra os custos de produção, apoie a adaptação às mudanças climáticas, a preservação de florestas, e a proteção dos direitos humanos. Um meio de vida descente também permite que os produtores continuem a colocar produtos de qualidade no mercado.

É por isso que a BRFAIR, em sintonia com as redes de produtores CLAC, Fairtrade África e NAAP, se une às mais de 600 organizações de produtores de café Fairtrade em todo o mundo que fazem um forte chamado para o Fair Trade USA para que reconsidere sua decisão, afirmando que o aumento de preço foi um pedido coletivo, após um longo processo de consulta, país por país e região por região.

Confira a carta compartilhada pelos cafeicultores:

https://drive.google.com/file/d/1u3Y47GDoXKvbWzeCvOVtR40xQFHyQLCn/view?usp=sharing

Associação das Organizações de Produtores Fairtrade do Brasil – BRFAIR

Poço Fundo, 11 de julho de 2023.