Taza Dorada
Torneio do Melhor Café Fairtrade do Brasil
A Coordenadora Latino-americana e do Caribe de Pequenos(as) Produtores(as) e Trabalhadores(as) de Comércio Justo (CLAC), em parceria com a Associação de Produtores Fairtrade do Brasil (BRFAIR) com o apoio da International Trade Centre – Alliance for Action (ITC) acaba de realizar o 6º Torneio do Melhor Café Fairtrade do Brasil, Taza Dorada Brasil.
O Torneio tem como objetivo contribuir para a promoção dos cafés de Comércio Justo Fairtrade, tanto em nível nacional quanto internacional. Ao incentivar a abertura de mercados para o café Fairtrade é possível agregar mais valor ao produto, bem como favorecer a distribuição de renda por meio da produção e da comercialização de cafés de qualidade, provenientes de processos sustentáveis de produção.
Com a pandemia da Covid-19, os protocolos de biossegurança foram respeitados pelos organizadores do evento. “Este ano está sendo atípico. Mas, com o apoio de todos – da BSCA, da Cooperativa Minasul e da International Trade Centre – o Torneio, que não teve a participação de estrangeiros, mas apenas das equipes locais, foi realizado com toda a segurança para os participantes. Por meio da BSCA, pudemos conhecer esses protocolos em profundidade e aplicá-los de forma muito rígida e, assim, garantir o acesso dessas pessoas para que o Torneio pudesse acontecer normalmente”, comenta João Matos, gerente comercial de café da CLAC.
A primeira etapa foi realizada nos dias 23 e 24 de setembro 2020, na sede da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), e a segunda no dia 6 de outubro, nas dependências da Minasul. Os nomes dos vencedores foram anunciados nesta sexta-feira, 9 de outubro, em cerimônia virtual com a presença dos produtores, compradores, representantes do sistema Fairtrade de várias partes do mundo e apoiadores do evento.
Realizado há seis anos, o torneio marca o fim da colheita de café para as Organizações de Pequenos Produtores Fairtrade do Brasil. Este ano, porém, o evento apresenta uma novidade ao ser realizada em duas etapas. No total, 39 amostras (de arábicas e robustas) de 15 cooperativas foram inscritas no Torneio.
Na primeira seletiva, realizada na BSCA, 17 cafés foram escolhidos para a final: quatro robustas (três do Espírito Santo e um de Rondônia) e 12 amostras de arábicas das regiões: Matas de Minas, Mantiqueira de Minas, Sul de Minas e Mogiana Paulista.
A segunda etapa do torneio foi realizada no dia 6 de outubro, no laboratório de provas da Minasul. Nesta fase, os cafés foram apresentados a potenciais compradores, justamente para oportunizar a criação de novos mercados aos produtores de cafés Fairtrade. Os vencedores apresentados nessa sexta-feira, 09 de outubro, são uma amostra do potencial empreendedor dos pequenos produtores de cafés especiais, que, num período tão desafiador, como este, ousaram, acreditaram, investiram e persistiram na produção de cafés de qualidade.
As amostras dos cafés classificados serão enviadas a oito países consumidores do produto para promoção junto a possíveis compradores além do mercado interno. A CLAC, juntamente com o Fairtrade Korea, também apresentará os cafés classificados na Café Show Seoul, que será realizada entre os dias 5 e 8 de novembro em Seoul, Coreia do Sul.
O torneio contou com três categorias com os seguintes ganhadores:
Robusta Microlote:
1º posição: CCAFESUL con 86.92 puntos
2ª posição: LACOOP con 85.75 puntos
Arábica Full Container:
1º posição: APASCOFFEE con 84.33 puntos
1º posição: COOPASV con 84.33 puntos
2ª posição: COOPERVITAE con 84.16
Arábica Microlote:
1º posição: APROD con 87.08 puntos
1º posição: COOPERVITAE con 87.08 puntos
2ª posição: COOPFAM con 86.54 puntos
3ª posição: COOPERVITAE con 86.08 puntos
3ª posição: COORPOL con 86.08 puntos
“Os produtores entregaram as amostras muito bem preparadas. Parece que os cafés vieram até melhores do que a gente provou na fase seletiva, e estou muito feliz com o resultado. Mas o que me surpreendeu este ano foi justamente a qualidade global do café, e a doçura que apareceu muito claramente – melaço, cana-de-açúcar – que a gente meio que espera no Brasil, mas que este ano surpreendeu devido ao clima; assim como o café Fairtrade, que também produziu muito café bom, não só individual, mas também em grupo”. Cecília Sanada – juíza internacional e juiz líder do concurso
A Taza Dorada é uma competição global com edições ativas na Colômbia, América Central e México. Para 2020/2021, o ITC / A4A está trabalhando em conjunto com a CLAC para levar a Taza Dorada ao continente africano, compartilhando conhecimento e organizando sessões de treinamento dedicadas às cooperativas de café da Etiópia que compartilham a missão de desenvolvimento econômico dos pequenos agricultores.
O 6º Torneio do Melhor Café Fairtrade do Brasil – Taza Dorada foi coordernado pela CLAC, BRFAIR. Também teve os apoios da Associação Brasileira de Cafés Especiais – BSCA, da International Trade Centre – Alliance for Action e da Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Varginha – Minasul.
Para Vanúsia Nogueira, diretora executiva da BSCA, o Torneio é uma ação importante para promover os pequenos produtores. “Setenta e dois por cento dos produtores brasileiros tem menos de 10 hectares de café plantado. Ou seja, esse é o nosso mundo real, que o mundo lá fora muitas vezes não conhece. Porque o mundo lá fora conhece o Brasil das grandes fazendas, e promover todo esse pessoal é importantíssimo, é mostrar uma imagem do Brasil real. O fato de estarmos fazendo o 6º concurso mostra consistência, e é um grande diferencial que o Brasil tem, pois melhoramos muito a qualidade da nossa produção, e a questão da sustentabilidade é um propósito nosso, enquanto produtor brasileiro, e mostramos consistência de entrega”.